
Todo tradutor profissional, pelo menos uma vez na vida, já ouviu que o Google Tradutor e outras ferramentas de tradução automática iriam acabar com essa profissão tão antiga, que somos obsoletos e substituíveis, mas será mesmo?
Vamos desvendar no texto abaixo um pouco do funcionamento dessa ferramenta e como ela afeta a vida do tradutor, em especial do tradutor de textos jurídicos.
O Google Tradutor é um serviço de tradução automática lançado em 2006 como uma ferramenta de tradução automática estatística (Statistical Machine Translation), ou seja, utilizava modelos estatísticos de aprendizado se baseando na análise de textos monolíngues e bilingues. Ao fazer a tradução automática estatística, o Google Tradutor buscava padrões em diversos documentos para decidir quais palavras utilizar e como organizá-las no texto traduzido. À medida que as fontes de referência do Google aumentavam, a qualidade de suas traduções também melhorava, porém, ainda faltava muito para que fossem consideradas traduções de qualidade.
Em 2016, após um longo período de duras críticas quanto à qualidade da tradução resultante, o Google Tradutor mudou seu mecanismo e passou a usar um mecanismo de tradução automática neural (Neural Machine Translation), com esse mecanismo, as traduções são processadas por uma inteligência artificial que traduz frases inteiras de uma vez só, levando em consideração o contexto, e não mais palavra por palavra de forma literal. Com isso, a qualidade das traduções geradas pelo Google Tradutor melhorou de forma expressiva.
Já descobrimos que a qualidade das traduções do Google Tradutor melhorou, porém, como ficam os tradutores e a tradução jurídica em específico tendo em vista esse avanço na tecnologia?
Antes de mais nada, é preciso esclarecer que nem a máquina e nem os tradutores humanos atingem a perfeição, sempre há espaço para o aperfeiçoamento.
O Google Tradutor atua muito bem em textos mais técnicos e diretos, que não exigem grande esforço interpretativo, um exemplo disso são os manuais de equipamentos, com sua linguagem extremamente objetiva.
A tradução jurídica, por sua vez, exige muita interpretação e profundo conhecimento do tradutor, que acaba tendo que traduzir palavras e conciliar diferentes sistemas legais, tudo isso sem deixar de lado a fidelidade necessária.
Pense em uma sentença judicial que precisa ser traduzida do português para o inglês, nela, teremos muitas citações de doutrinas e jurisprudência que, muitas vezes, são prolixas e causam estranhamento até mesmo aos falantes nativos do idioma de origem, assim uma tradução automática não produz um resultado satisfatório, produzindo um texto até mesmo ininteligível para o leitor do texto traduzido.
Dessa forma, o Google Tradutor acaba sendo mero auxiliar do tradutor jurídico, tornando seu trabalho mais rápido ao evitar ter que digitar todas as palavras, uma a uma, deixando para o tradutor a árdua tarefa de pesquisar, adequar e padronizar a terminologia do texto em questão, construir frases que façam sentido no idioma de chegada, muitas vezes tendo que inverter a ordem das frases, trocar da voz passiva para a voz ativa, entre outros detalhes.
Ou seja, o tradutor jurídico e o Google Tradutor podem e devem coexistir, não devemos nos fechar totalmente para as novas tecnologias e nem acreditar que seremos substituídos por elas.
Para evitar problemas e ter uma tradução de qualidade, não deixe suas traduções sob responsabilidade do Google Tradutor. Conte com a Meta Traduções, empresa cujos tradutores são especializados e prontos para lidar com diversos tipos de documento jurídico, prezando pela qualidade, confidencialidade e pontualidade.